Entre as diversas doenças que podem afetar nossos olhos está a catarata. Trata-se de um mal silencioso no começo, mas que com o tempo se desenvolve e passa a afetar a visão.
Quando não tratada adequadamente essa doença pode levar à cegueira, embora seja possível reverter a perda da visão com cirurgia. Entretanto, o ideal é conhecer suas diversas causas para adotar medidas preventivas e proteger seus olhos.
Para ajudar nessa tarefa, preparamos este post para você aprender mais sobre a doença, seus diferentes tipo e saber como identificar os sintomas. Acompanhe!
Tipos de catarata
Ao contrário do que muitos acreditam a catarata não é um problema de visão que atinge apenas idosos. Neles, a forma senil é muito comum — e mais frequente a partir dos 55 anos. Entretanto, existem outras formas de manifestação da doença, que ocorrem em razão de fatores diversos e, por isso, podem afetar pessoas em diferentes fases da vida.
Veja a seguir as variações desse problema.
Congênita
A catarata congênita é causada por doenças que acometem as mulheres na gravidez (e por consequência também acabam afetando o bebê), como infecções. O uso abusivo de álcool, tabaco e drogas durante a gestação também pode levar ao aparecimento do problema na criança.
Esse tipo de catarata acontece logo no nascimento ou nos primeiros anos de vida. O grande problema dessa doença ocorre quando não é detectada precocemente, pois se não for corrigida pode ocasionar a perda definitiva da visão da criança.
Traumática
Esse é um tipo de catarata que pode atingir qualquer pessoa, porque é ocasionado por fatores externos: ou seja, um acidente ou trauma ocular pode desencadeá-lo. Sendo assim, é resultado de uma agressão ao globo ocular.
Geralmente essa variação afeta apenas um olho, ou seja, é unilateral. Entretanto, os danos não acontecem logo que o indivíduo se acidenta. Pode ser que se manifestem apenas depois de muito tempo, daí a necessidade de estar atento a sintomas.
Associada ao Diabetes
Pessoas diabéticas têm maior predisposição a desenvolverem um tipo específico de catarata. Isso acontece porque os altos níveis de glicose no sangue afetam as proteínas do cristalino. Essa condição provoca mudanças nas propriedades ópticas, que interferem na acuidade visual, podendo provocar uma miopia transitória.
Com o tempo, o cristalino perde sua transparência natural, assim, o indivíduo pode perder a visão se não tratar adequadamente. Um fator preocupante é que a catarata associada à diabetes se desenvolve mais precocemente do que os outros tipos, inclusive a senil.
Decorrente de medicamentos
A grande maioria dos medicamentos pode ocasionar efeitos colaterais. Certas substâncias têm como reação adversa problemas que afetam os olhos, sendo um exemplo deles a fotofobia.
Por isso, tratamentos prolongados com determinadas fórmulas, especialmente os corticoides, pode provocar catarata. O uso indiscriminado dessas substâncias, sobretudo pela automedicação, e a falta de acompanhamento médico também são fatores de risco.
Sintomas da catarata
Os sintomas da catarata não aparecem no começo da doença — por isso ela é considerada um mal silencioso. Conforme o problema avança é que o indivíduo passa a sentir incômodo e dificuldade para enxergar.
Os tipos de catarata apresentam manifestações semelhantes e todos eles dificultam a visão. Alguns sinais característicos desse problema são:
- diminuição da acuidade visual: maior dificuldade para perceber contornos e formas, com objetos, letras e pessoas parecendo estar borrados e disformes;
- visão nublada, esfumaçada ou turva: o indivíduo tem a sensação de que tudo está esbranquiçado, como se uma fumaça cobrisse sua vista;
- sensibilidade à luz: as luzes, tanto natural como artificial, incomodam os olhos (esse sintoma é conhecido como fotofobia) e isso provoca dificuldade para dirigir à noite por causa dos faróis, por exemplo;
- alteração da percepção de cores: nesse caso, o indivíduo não consegue distinguir algumas cores e as que se assemelham em tom podem ser difíceis de identificar com precisão;
- mudanças frequentes no grau dos óculos: com frequência, é preciso trocar de óculos porque as lentes não proporcionam boa visão.
A catarata também pode causar visão dupla, dificuldade para cumprir tarefas rotineiras e para enxergar pequenos objetos. Assim, é importante estar atento aos primeiros sinais de problema e não tentar se adaptar a essa situação, acreditando que ela é natural.
Antes de continuar e conferir algumas dicas de prevenção da catarata, assista ao vídeo com a Dra. Izabela Almeida.
Dicas de prevenção da catarata
Agora que você já conhece um pouco mais desse problema, além de seus tipos e sintomas, o importante agora é saber algumas dicas de como prevenir. Para isso, é preciso adotar alguns novos hábitos e promover mudanças em sua vida.
Veja a seguir algumas dicas para cuidar bem dos seus olhos:
Use óculos de sol
A radiação solar interfere na proteção natural dos olhos, o que facilita o desenvolvimento da catarata e de outras doenças. Então, é recomendado utilizar óculos de sol em todas as estações do ano.
Lembre-se de que não basta as lentes serem escuras, pois elas precisam receber tratamento contra os raios UVA e UVB para serem seguras eficazes.
Os óculos que não têm esse tipo de tratamento podem ocasionar danos graves à visão, além de não protegerem como deveriam. Assim, não use marcas duvidosas, prefira aquelas que têm a garantia de realmente bloquear a radiação solar.
Controle a diabetes
Como a diabetes é uma das causadoras da catarata, mantenha-a sob controle se tiver a doença. Isso significa seguir à risca o tratamento recomendado pelo especialista e não deixe de fazer visitas regulares ao oftalmologista para acompanhar a saúde dos seus olhos.
Se você não tem diabetes, procure manter uma alimentação equilibrada e praticar exercícios físicos para controlar o nível glicêmico. Assim evitará que ela se desenvolva e, ao mesmo tempo, estará fazendo a prevenção da catarata.
Mantenha um cardápio nutritivo
Manter um cardápio variado, rico em alimentos com alto teor nutritivo e com abundância de vitaminas C e E, ajuda a prevenir a catarata. Além disso, antioxidantes como o ômega 3 protegem os olhos do envelhecimento celular natural. Por isso, coloque na dieta alimentos naturais e proteínas magras, como o peixe.
Evite o álcool e o cigarro
Esses dois hábitos comprometem a saúde dos seus olhos e podem causar a catarata. Eles interferem em todo o equilíbrio orgânico, inclusive contribuindo para o acúmulo de toxinas no corpo e o envelhecimento precoce das células.
O tabaco também prejudica a microcirculação sanguínea e impede que os nutrientes cheguem até as células da retina, comprometendo sua oxigenação e nutrição. Isso causa predisposição para a manifestação da degeneração de mácula.
Esteja atento aos medicamentos
Caso você precise fazer um tratamento muito longo com medicamentos, procure conversar com seu médico oftalmologista. Ele poderá avaliar se a fórmula pode trazer algum problema para os seus olhos. Se houver o risco de lesão ou complicações, pergunte ao especialista sobre a possibilidade de substituir a substância por outra mais segura.
Visite o oftalmologista regularmente
Como a catarata pode ser silenciosa e lenta, especialmente a senil, muitas vezes ela pode passar despercebida em seu início. Por isso, é importante visitar com frequência o oftalmologista para que ele possa avaliar a saúde dos seus olhos e proporcionar os diagnósticos precocemente.
Tratamento da catarata
A única forma de tratamento da catarata é através da cirurgia para a substituição do cristalino. Lentes de óculos não são eficazes porque de toda forma a opacidade existente interferirá na acuidade visual.
O procedimento cirúrgico pode ser indicado até mesmo para pacientes nos estágios iniciais da doença. Afinal, o problema tende a evoluir com o tempo.
Trata-se de uma cirugia realizada a nivel ambulatorial, ou seja, não exige internação.
A técnica consiste na remoção do cristalino afetado por meio de ultrassom, seguida da implantação de uma lente intraocular (LIO).
Essa lente cumprirá a função do cristalino, sendo que em poucos dias o paciente tem a sua visão recuperada, voltando a enxergar normalmente.
Riscos da cirurgia de catarata
Existe uma certa relutância por parte de alguns pacientes que precisam fazer a cirurgia de catarata em se submeter ao tratamento. Isso é compreensível, já que os olhos são muito sensíveis e nosso sentido mais importante.
Os riscos da cirurgia são os mesmos do que qualquer outro procedimento ocular, como sangramentos, infecção ou descolamento da retina. De toda forma, são possibilidades raras.
A recomendação para fazer a cirurgia assim que a catarata é diagnosticada se dá porque para algumas pessoas a perda da visão pode acontecer de forma mais lenta. Porém, para outros, em poucos meses pode ocorrer a perda mais acentuada da visão.
Sendo assim, se for necessário a realização da cirurgia, procure conversar com seu oftalmologista esclarecer todas as suas dúvidas antes de realizar esse tratamento.
Portanto, se você já sente os incômodos da catarata, procure seu oftalmologista para dar início ao tratamento. Não é preciso e nem recomendado aguardar os sintomas evoluírem para então decidir cuidar dos olhos.
Mas se você não sente dificuldade para enxergar, isso é um bom sinal. Continue fazendo a prevenção da catarata e cuidando bem dos seus olhos. Também não deixe de passar por consultas regulares com o especialista para controlar sua saúde. Assim, terá uma boa visão e autonomia durante muitos anos.
Compartilhe essas informações em suas redes sociais para seus amigos e familiares se cuidarem também! Aproveite para saber mais na live que fizemos sobre o assunto. Basta assistir no video abaixo!
Dr. Alexandre Rosa possui graduação em Medicina pela Universidade Federal do Pará (UFPA/1996) e doutorado em Oftalmologia pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP/2005). Especialista em doenças da retina e vítreo (retinólogo) pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). Membro do Conselho Brasileiro de Oftalmologia e da Sociedade Brasileira de Retina e Vítreo. Atualmente, é médico preceptor da residência médica do Hospital Universitário Bettina Ferro de Souza, além de ser professor de Oftalmologia da Universidade Federal do Pará (UFPA).