A ceratite é uma inflamação ou irritação de uma camada da córnea (epitélio), a parte mais externa do olho que cobre a íris e a pupila. Entre as causas mais comuns encontram-se as infecções e as lesões.
Neste artigo, vamos esclarecer as principais dúvidas sobre a ceratite, respondendo questões sobre causas, sintomas, diagnóstico e tratamento da doença. Continue a leitura para saber mais!
Quais são as causas da ceratite?
As causas mais comuns da ceratite são irritações oculares por poluição ou produtos químicos, disfunções do filme lacrimal e olho seco. Além disso, o contato de água contaminada (oceanos, rios e lagos) com os olhos também pode provocar uma ceratite infecciosa.
Outra causa frequente é o uso incorreto de lentes de contato. Os fungos, bactérias ou parasitas podem se fixar na superfície das lentes ou em seu estojo. Além disso, a utilização prolongada das lentes pode levar à ceratite devido ao trauma excessivo na superfície da córnea, causando lesões que a fragilizam e abrem espaço para o alojamento de microrganismos.
Os principais tipos de ceratite podem ser causados por bactérias (ceratite bacteriana), vírus (ceratite viral), fungos (ceratite fúngica) ou parasitas . Veja a seguir as características de cada um.
Ceratite bacteriana
Em geral, as bactérias responsáveis pela ceratite são os Staphylococcus aureus, e para quem usa lentes de contato, são os Pseudomonas aeruginosa. A ceratite bacteriana também pode ter outras causas, como:
- baixa imunidade, causada por alcoolismo, diabetes ou má nutrição;
- doença recente da córnea;
- trauma ou ferimento;
- uso de medicamento ocular contaminado;
- utilização de esteroides tópicos.
Ceratite viral (herpética)
É uma infecção causada pelo vírus herpes simples (HSV). Há dois tipos principais de vírus que podem afetar os olhos pelo contato das mãos infectadas: o tipo I (mais comum) infecta principalmente a região do rosto, provocando a conhecida úlcera do herpes labial. Já o tipo II é a forma de herpes transmitida sexualmente, que infecta os órgãos genitais.
Ceratite fúngica
Trata-se de uma infecção causada por um tipo de ameba (organismo unicelular) microscópica e de vida livre, que se alojam em água (lagos e oceanos), solo e ar. Conhecida como Acanthamoeba, esse microrganismo causa a ceratite quando entra em contato com a córnea, causando infecção.
Quais sãos os principais sintomas da ceratite?
Os sintomas podem variar dependendo do tipo de ceratite que se instala. Em geral, os sinais mais comuns são:
- dor ou desconforto ocular;
- fotofobia (sensibilidade à luz);
- inchaço da região palpebral;
- lacrimejamento;
- queimação ou coceira nos olhos;
- sensação de corpo estranho;
- vermelhidão ocular;
- visão borrada.
Como é feito o diagnóstico?
Para um diagnóstico preciso, o oftalmologista faz uma raspagem superficial na córnea para retirar uma pequena amostra de material com o objetivo de identificar o tipo de ceratite e a gravidade da infecção e lesão.
Quais são os tratamentos?
Os tratamentos para a ceratite ocular dependem das causas identificadas, assim como da gravidade das lesões na córnea. Em geral, a ceratite bacteriana é tratada com a aplicação local de medicamentos antibióticos e pode exigir acompanhamento. Além disso, pode haver a necessidade de administração de uma medicação esteroide, aplicada sobre o olho em forma de colírio.
Como prevenir a ceratite?
Para prevenir o desenvolvimento da ceratite é fundamental proteger a região ocular contra contaminações. Nesse sentido, a higiene constante das mãos é essencial, assim como manipular, armazenar e limpar as lentes de contato de maneira segura e correta.
Além disso, é preciso considerar que a visão pode ser preservada quando a ceratite bacteriana é diagnosticada e tratada precocemente, pois em casos graves, ou se a infecção afetar o centro da córnea, pode ocorrer uma diminuição na capacidade de enxergar ou até causar a cegueira. Nesse caso, é necessário fazer um transplante de córnea para restaurar a visão.
Como vimos, a ceratite é provocada por bactérias, vírus ou fungos, e quando não tratada em tempo hábil pode levar à perda da visão. Por isso, é fundamental adotar medidas de prevenção e se consultar com um oftalmologista aos primeiros sinais.
Gostou de saber sobre a ceratite? Saiba mais sobre os problemas que afetam a visão acessando outros materiais educativos que disponibilizamos em nosso blog!
Dr. Alexandre Rosa possui graduação em Medicina pela Universidade Federal do Pará (UFPA/1996) e doutorado em Oftalmologia pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP/2005). Especialista em doenças da retina e vítreo (retinólogo) pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). Membro do Conselho Brasileiro de Oftalmologia e da Sociedade Brasileira de Retina e Vítreo. Atualmente, é médico preceptor da residência médica do Hospital Universitário Bettina Ferro de Souza, além de ser professor de Oftalmologia da Universidade Federal do Pará (UFPA).