Algumas pessoas reclamam frequentemente de algum tipo de irritação nos olhos, como secura, sensação de areia, queimação, incômodos e até falta de lágrimas. Esses sintomas são característicos de uma doença conhecida como síndrome dos olhos secos.
Você sabe o que é e como acontece tal tipo de síndrome? Conhece os sintomas e causas de olho seco? Então, continue a leitura do nosso conteúdo para aprender mais sobre esse tipo de problema. Não deixe para depois, hein?
O que é a síndrome do olho seco?
A síndrome do olho seco surge quando não temos lágrimas suficientes, tanto em qualidade quanto em quantidade, para lubrificar os olhos. O problema pode ocorrer em apenas um olho, mas é mais comum que afete ambos.
Em algumas circunstâncias, os olhos podem ficar mais secos mesmo sem nenhuma doença ocular. Fatores como poluição, exposição solar excessiva, vento, ar-condicionado ou qualquer lugar com baixa umidade do ar provocam o problema.
Vale ressaltar que o filme lacrimal é composto por três principais camadas: lipídica, aquosa e mucina. A primeira delas é externa e tem a função de impedir a evaporação das lágrimas. Já a aquosa é mais espessa e, como o nome indica, constituída por água. Por fim, a mucina é interna e responsável por permitir a adesão do filme lacrimal à córnea.
Sintomas
Os principais sintomas da síndrome dos olhos secos estão listados a seguir. Acompanhe:
- vermelhidão ou ardência;
- produção excessiva de lágrimas (olhos lacrimejantes);
- sensibilidade à luz;
- irritação excessiva do olho;
- coceira;
- sensação de areia nos olhos ou corpo estranho;
- desconforto ao ler ou ver televisão;
- complicações ao utilizar lentes de contato;
- visão turva ou embaçada.
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Quais são suas principais causas?
As causas mais comuns da síndrome do olho seco estão diretamente relacionadas com a idade e a menopausa. No entanto, não podemos deixar de considerar o uso constante de computadores (de forma contínua ou excessiva), a exposição ao ar-condicionado, o uso de lentes de contato e a ingestão de medicamentos como benzodiazepínicos, antidepressivos, anti-histamínicos, analgésicos etc.
A síndrome do olho seco pode ocorrer em homens e mulheres, apesar de a menopausa ser um dos fatores de predisposição — e o gênero feminino ser mais afetado. Além disso, a doença surge em qualquer idade. Obviamente, o diagnóstico deve ser dado por um oftalmologista, a partir de testes que medem a quantidade e a qualidade das lágrimas.
Entre as causas mais comuns para o olho seco, há problemas que podem atingir parte da população. Veja alguns deles abaixo.
Problemas na composição lipídica da lágrima
A lágrima é composta por 3 camadas que são denominadas de aquosa, mucina e lipidica. A principal função da lágrima é a hidratação e lubrificação da superfície dos olhos. A camada lipídica tem a função de evitar que a camada aquosa evapore rapidamente, o que prejudicaria a lubrificação do olho.
Em algumas pessoas, há menor quantidade ou mesmo não existe a parte lipídica. Sendo assim, a lágrima evapora rapidamente e não cumpre sua função. Entre as causas dessa alteração, estão a deficiência de vitamina A, a menopausa e os problemas nas glândulas lacrimais.
Pouca produção de lágrimas
Ainda não se sabe o motivo, mas algumas pessoas produzem uma menor quantidade de lágrimas do que a necessária para lubrificar os olhos. Normalmente, essa condição tem origem genética, sendo comum em membros de uma mesma família.
Doenças oculares
Doenças oculares, como a blefarite (inflamação nas glândulas sebáceas da margem das pálpebras), as patologias da conjuntiva (membrana que recobre os olhos) e a conjuntivite (inflamação da conjuntiva), podem desencadear a síndrome do olho seco.
Sequelas de cirurgias
Várias patologias e alterações dos olhos são tratadas com cirurgia atualmente. No entanto, em alguns casos pode haver lesão da área que é responsável por produzir as lágrimas ou do ducto que leva as lágrimas até os olhos. Assim, a produção se torna pequena ou insuficiente, causando a síndrome do olho seco.
Um exemplo é a cirurgia de miopia, em que se realiza a correção do grau, assim como os procedimentos para correção das pálpebras — chamados de blefaroplastia.
Doenças autoimunes
Algumas doenças autoimunes, como o lúpus e a síndrome de Sjögren, afetam bastante a produção de lágrimas. Como consequência, as glândulas salivares e os olhos ficam secos.
Como é feito o diagnóstico?
Quando a pessoa suspeita de olho seco deve procurar o oftalmologista, médico especializado nos olhos e em seus anexos. Primeiramente, será feito um exame ocular geral, para verificar como está a saúde do globo ocular.
Depois, o médico pode realizar um teste específico para medir a quantidade (ou o volume) de lágrimas produzida pelo paciente. O mais comum é o teste de Schirmer, no qual o oftalmologista usa uma fitinha absorvente cuja ponta é colocada na pálpebra inferior, a fim de promover o contato entre as lágrimas e a fita. O paciente deve ficar com os olhos fechados por cerca de cinco minutos.
Caso a produção de lágrimas seja suficiente, o especialista procurará outras causas para o olho seco. Podem ser feitos testes para definir a qualidade da lágrima e determinar se há problemas na camada lipídica. Para tanto, são usados colírios especiais ou cronometra-se o tempo que a lágrima demora para evaporar.
Por fim, existem aparelhos modernos que são capazes de analisar essas e outras condições. O melhor método diagnóstico será escolhido pelo oftalmologista e depende de cada pessoa, assim como de suas condições.
Como funciona o tratamento?
O tratamento básico para a síndrome do olho seco consiste na utilização de colírios de lágrimas artificiais. Elas devem ser colocadas nos olhos várias vezes ao dia, dependendo da necessidade específica de cada paciente.
Em casos mais severos, é possível ainda realizar a oclusão dos pontos lacrimais, evitando a drenagem por meio das vias lacrimais e mantendo-as na superfície ocular. O profissional, tomando por base os exames, escolherá o melhor tipo de tratamento para cada paciente.
Sendo assim, procure por um oftalmologista antes de iniciar o uso de qualquer medicamento. Só ele pode escolher a melhor opção para tratar o caso, protegendo a saúde dos olhos do paciente e de seus familiares.
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Dr. Alexandre Rosa possui graduação em Medicina pela Universidade Federal do Pará (UFPA/1996) e doutorado em Oftalmologia pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP/2005). Especialista em doenças da retina e vítreo (retinólogo) pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). Membro do Conselho Brasileiro de Oftalmologia e da Sociedade Brasileira de Retina e Vítreo. Atualmente, é médico preceptor da residência médica do Hospital Universitário Bettina Ferro de Souza, além de ser professor de Oftalmologia da Universidade Federal do Pará (UFPA).