Entre os distúrbios que podem afetar os olhos, algumas doenças da pálpebra são confundidas, como é o caso do hordéolo (terçol) e do calázio. Apesar de apresentarem sintomas parecidos, elas são afecções diferentes, que exigem cuidados específicos.
Nas pálpebras, há três tipos de glândulas, denominadas Meibomius, Mol e Zeiss, que produzem a camada lipídica do filme lacrimal e evitam a sua evaporação, beneficiando a lubrificação do globo ocular. Dessa forma, são essenciais para a manutenção da saúde dos olhos.
O hordéolo e o calázio afetam as estruturas glandulares e podem comprometer a visão. Por esse motivo, preparamos este post com o intuito de explicar o que são essas alterações e suas diferenças. Continue a leitura!
Quais são os sintomas do hordéolo e do calázio?
Principalmente no início das manifestações, é comum que o hordéolo e o calázio sejam confundidos por apresentarem sintomas semelhantes, como:
- dor;
- coceira;
- endurecimento de uma área na pálpebra;
- inchaço;
- lacrimejamento;
- sensibilidade à luz;
- vermelhidão.
Embora tenham sinais similares, essas alterações necessitam de tratamentos diferentes. Desse modo, é muito importante consultar um oftalmologista, ao sentir qualquer indício.
Qual é a diferença entre hordéolo e calázio?
Para identificar corretamente as lesões, você deve conhecer as características de cada uma. Veja!
Hordéolo
O hordéolo (ou terçol) é o resultado de uma infecção das glândulas por bactérias. Ele se parece com uma espinha inchada, localizada na base dos cílios, e apresenta uma pequena pústula (pus).
Em geral, os primeiros sinais são o rubor, sensibilidade e dor na borda da pálpebra. Posteriormente, surge uma pequena área arredondada, inchada e sensível. O olho pode ficar pouco tolerante à luz intensa, lacrimejar e provocar a sensação de corpo estranho.
Apenas uma parte muito pequena da pálpebra fica inchada, porém, por vezes, o inchaço pode tomar conta de toda a sua extensão. Na maioria dos casos, há também um ponto amarelo minúsculo no centro dessa região, em geral, na borda das pálpebras.
O terçol tem uma tendência a se romper após 2 a 4 dias, liberando uma pequena quantidade de pus, resolvendo o problema. Caso o problema seja interno, a dor e outros sintomas podem ser mais intensos do que nos casos externos. Em quadros mais graves, pode ocorrer febre e calafrios.
Calázio
Diferente do hordéolo, que é uma infecção, o calázio é uma inflamação causada pelo entupimento do canal de secreção de uma glândula sebácea. Esse bloqueio leva à formação de um cisto ou nódulo, com muito líquido.
O processo inflamatório causa pálpebras inchadas, dor leve e irritação, sintomas que desaparecem poucos dias depois, deixando um volume arredondado e indolor na pálpebra, que cresce lentamente na primeira semana.
Algumas vezes, o edema calázio avança em seu desenvolvimento e pode pressionar o globo ocular, causando ligeira turvação na visão. Também pode surgir uma zona cinzenta ou avermelhada por baixo da pálpebra.
É importante observar que a reincidência de calázios pode indicar algum defeito de refração do olho. Por esse motivo, é imprescindível buscar ajuda médica.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico dessas doenças da pálpebra é realizado por um oftalmologista, com base em exame clínico, que inclui a avaliação externa dos olhos, pálpebras e canais lacrimais, para identificar edemas, vermelhidões nas pálpebras ou alterações na lubrificação dos olhos.
Raramente, o médico indica uma biópsia excisional — uma pequena cirurgia que retira o nódulo para análise das células lesionadas. Entretanto, nos casos em que não há resposta aos tratamentos, a biópsia é necessária para excluir a possibilidade de um tumor da pálpebra. Essa é uma condição considerada em pacientes idosos, com quadros repetidos reincidências de calázio.
Outros diagnósticos diferenciados incluem exames como o granuloma piogênico (saliências vermelhas na pele) e a celulite pré-septal (infecção das pálpebras e da pele na região ocular).
Qual é o tratamento para doenças da pálpebra?
As doenças de hordéolo e de calázio são curáveis e os tratamentos, efetivos. A drenagem natural do terçol pode ocorrer alguns dias após o início dos sintomas. Em princípio, a utilização de medicamentos antibióticos não é uma medida recomendada.
Tratamento do hordéolo
Nos casos de hordéolo, é importante não efetuar a expressão da glândula infectada (não apertar), devido ao risco de espalhar a infecção. Para ajudar a acelerar o processo de cura, devem ser aplicadas compressas mornas, quatro vezes ao dia. As gazes precisam ser esterilizadas e embebidas em água previamente fervida, para evitar contaminações.
O calor da compressa é o melhor tratamento, pois favorece o amadurecimento, a ruptura e a drenagem espontânea do terçol. Para os casos de terçóis externos, que não melhoram dessa forma, o oftalmologista pode indicar a drenagem cirúrgica.
Em alguns casos os antibióticos são administrados, especialmente quando há uma infecção circundando o olho ou quando há terçóis internos, após a cirurgia. Entretanto, esses medicamentos não ajudam muito — os terçóis tendem a desparecer mesmo sem utilizá-los.
Tratamento para o calázio
O calázio, em geral, tende a desaparecer espontaneamente em algumas semanas. A aplicação de compressas mornas por 15 minutos, quatro vezes ao dia e leve massagem sobre a lesão, também auxilia na diminuição do inchaço e facilita a drenagem do líquido represado no canal da glândula afetada.
Para os casos em que não há melhoras ou para os que apresentam reincidências frequentes, o oftalmologista pode optar por uma intervenção cirúrgica para a desobstrução. Neste procedimento a pálpebra é evertida, o cisto é incisado no sentido vertical e o seu conteúdo é curetado.
Quando há uma lesão próxima ao ponto lacrimal, dá-se preferência à injeção de esteroides no local, medida com altas taxas de sucesso e que evita riscos. Caso não haja resposta, pode ser aplicada uma segunda injeção após duas semanas.
Como vimos, algumas doenças da pálpebra podem ser confundidas devido às semelhanças em seus sintomas, como ocorre nos casos de hordéolo e calázio. Nesse sentido, é fundamental consultar um oftalmologista, visto que essas ocorrências têm suas próprias particularidades e demandam diferentes tratamentos.
Agora que você já sabe identificar as diferenças entre hordéolo e calázio, assine a newsletter e fique atualizado com os conteúdos do Blog da RetinaPro — uma importante e rica fonte de informações sobre a saúde ocular!
A RetinaPro é a primeira clínica especializada em tratamento de doenças da retina na região Norte. Conforto e satisfação do paciente são nossa prioridade!