Você, provavelmente, já passou pela experiência de uma conjuntivite. Aquela sensação de areia nos olhos avermelhados e lacrimejantes provoca um incômodo que dificulta a prática de qualquer atividade.
Por sua vez, vermelhidão e coceira nos olhos podem não ser resultantes dessa tão conhecida inflamação. Existem outras ocorrências também inflamatórias que atingem a estrutura protetora dos órgãos da visão e que podem apresentar esses sintomas.
Assim, entre as doenças oculares, diferentes regiões dos olhos podem padecer de males semelhantes. Continue neste post e saiba mais sobre duas doenças oculares muito comuns e como tratar blefarite e meibomite.
Conheça a meibomite e a blefarite
As pálpebras que protegem os olhos têm internamente uma membrana chamada conjuntiva. Nas bordas em que estão os cílios, especificamente na base deles, existem várias glândulas (chamadas glândulas de Meibômio) que secretam gorduras.
Esses componentes oleosos, por sua vez, são responsáveis por promover a lubrificação da conjuntiva, sobretudo no abrir e fechar dos olhos. Além disso, evitam que a lágrima se evapore facilmente, mantendo a umidade da superfície ocular.
Isso acontece porque, como a lágrima é composta basicamente por água e sais minerais, o óleo presente na secreção dessas glândulas cria uma película superficial sobre a lágrima, dificultando a sua evaporação.
Algumas vezes, no entanto, podem ocorrer distúrbios resultantes da produção excessiva dessas substâncias. Entre eles, destacam-se a meibomite e a blefarite.
Blefarite
A blefarite é uma inflamação das pálpebras, provocada pelo excesso de gordura produzida pelas glândulas sebáceas na região basal dos cílios. Não é um evento transmitido de uma pessoa para outra, o que quer dizer que a blefarite não é contagiosa.
A blefarite pode ser anterior, ou seja, ocorrer na borda frontal (externa) da pálpebra, região em que os cílios se ligam, ou posterior, afetando a parte interna da pálpebra, região que está em contato com o globo ocular.
A blefarite do tipo anterior é mais comumente causada por bactérias ou pela presença de caspas nos cílios e sobrancelhas e outras doenças que causam descamação. Já a do tipo posterior está geralmente ligada a rosácea ou a problemas nas glândulas sebáceas, como os citados, o que cria um ambiente propício para o crescimento de bactérias.
O acúmulo da secreção proveniente das glândulas na região das pálpebras possibilita o desenvolvimento de bactérias que agravam o processo inflamatório no local, é o que chamamos de blefarite estafilocóccica.
O quadro da blefarite é caracterizado pela presença de crostas ou escamas (semelhante a caspa) nos bordas palpebrais, vermelhidão e inchaço.
O mecanismo de formação da doença ocorre quando as glândulas sebáceas não funcionam corretamente, têm ductos estreitos ou produzem uma secreção mais espessa que o comum.
Existem algumas condições, como a dermatite seborreica (caspa, que pode ocorrer nos cílios, sobrancelhas ou couro cabeludo), rosácea (vermelhidão do rosto), algumas alergias (à lente de contato ocular, maquiagem ou medicação para os olhos), microorganismos e remédios para acne, que estão associadas ao aparecimento da blefarite.
Meibomite
As glândulas de Meibomios ou tarsais, são pequenas estruturas localizadas nas pálpebras (superiores e inferiores) que produzem um óleo rico em gorduras e proteínas. A sua função é hidratar a região ocular, a fim de impedir o ressecamento dos olhos e da parte interna das pálpebras.
A meibomite ocorre quando a inflamação se dá nas próprias glândulas produtoras de gordura, que estão localizadas nas pálpebras. Por essa razão, o distúrbio se manifesta mais intensamente, ao longo da borda das pálpebras.
Assim como a blefarite, a meibomite não é contagiosa. Suas causas são as mesmas, isto é, excesso de produção de gorduras, além do entupimento dos dutos que secretam essas substâncias.
Entenda a diferença entre as duas condições
Embora as duas condições sejam bastante parecidas, elas não significam a mesma coisa. A meibomite é a inflamação das glândulas de meibomios. Nesse caso, há os sintomas clássicos de inflamação, como vermelhidão, inchaço e calor, mas não existem sinais de infecção por bactérias, como pus e secreção amarelada na região dos olhos.
Já a blefarite pode ser uma consequência da primeira, o que acontece normalmente quando uma infecção bacteriana secundária se instala nas glândulas sebáceas que estavam inflamadas.
Assim, ocorrem os sinais de infecção e uma espécie de descamação na região dos cílios palpebrais, visto que toda a região da pálpebra é acometida, e não somente as glândulas, como ocorre na meibomite.
Diagnóstico
O sintoma bem característico, quase sempre observado nas duas inflamações, é o prurido depositado na porção terminal das pálpebras e entre os cílios. Além disso, como ocorre alteração na composição da lágrima, sua evaporação se torna mais intensa, provocando a sensação de ressecamento e ardor nos olhos. Do mesmo modo, é comum a sensação de um corpo estranho nos olhos, assim como na conjuntivite.
Existem diversas possíveis origens para o surgimento das causas diretas da blefarite e da meibomite. Por essa razão, o atendimento médico especializado deve sempre ser considerado.
Desse modo, é importante que, ao surgirem alguns dos sintomas referidos, seja consultado um médico especialista para que o diagnóstico correto seja realizado, assim como a identificação das possíveis causas dos sinais observados. Desse modo, o tratamento adequado poderá ser prescrito pelo médico.
Tratamento
O tratamento de meibomite e blefarite deve ser logo providenciado para diminuir o risco de complicações que podem evoluir para alterações anatômicas das pálpebras e mesmo para infecções mais graves que prejudicam as estruturas dos olhos e, consequentemente, a visão.
Para diminuir os sintomas inflamatórios podem ser utilizadas compressas mornas sobre os olhos, higienização diária dos cílios com produtos específicos ou soro fisiológico, e utilização de medicação antibiótica oral ou tópica e anti-inflamatória na forma de pomada, conforme for prescrito pelo médico.
Além disso, é fundamental procurar um médico oftalmologista para investigar qual é a causa do problema e tratar outras condições associadas, evitando a recidiva de meibomite e blefarite. Esse especialista também pode encaminhar o paciente para realizar o tratamento com outros profissionais, como o dermatologista, a fim de tratar condições associadas como as alergias e rosácea, que podem ocasionar as doenças.
Entendeu como tratar blefarite e meibomite e a diferença entre essas doenças oculares? Como se trata de um excelente complemento para o entendimento de meibomite e blefarite, você poderá se interessar por conhecer a síndrome do olho seco. Que tal baixar o nosso infográfico sobre o assunto?
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