A conjuntivite é uma condição caracterizada pela inflamação da conjuntiva, uma membrana fina e transparente que reveste a parte branca dos olhos e a parte interna da pálpebra. Apesar de poucas pessoas saberem disso, existem diferentes tipos de conjuntivite, provocados por diferentes causas, como micro-organismos ou reação alérgica.
Essa doença é mais comum em pessoas que trabalham ou ficam em ambientes com aglomerações e, normalmente, ocorre a partir do toque dos olhos com a mão contaminada. Além disso, existem pacientes que são mais propensos a ela, como aqueles com doenças autoimunes ou com problemas de imunidade.
Conhecer quais os tipos de conjuntivite, seus sintomas e tempo de transmissão é essencial para você poder prevenir, acompanhar e tratar essa condição que traz diversos incômodos para o paciente. Continue lendo esse artigo e saiba mais.
Quais são os tipos de conjuntivite?
Na maioria dos casos, apenas o médico consegue diferenciar a doença. Por isso, para curar a conjuntivite, deve-se procurar um especialista para verificar qual é a causa e fazer o tratamento correto. O uso de um medicamento ou colírio que não é indicado para o seu caso pode trazer diversas consequências para a saúde do seu olho.
Viral
Esse tipo de conjuntivite é causado pelo vírus adenovírus e a sua contaminação ocorre por meio do contato com secreções oculares, tosse e espirro da pessoa infectada. Em geral, provoca sintomas, como:
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hipersensibilidade à luz;
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coceira e
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produção excessiva de lágrimas.
Embora ela tenha uma tendência a desaparecer sem tratamento, o oftalmologista pode indicar colírio hidratante (lágrima artificial) e procedimentos para aliviar os sintomas e acelerar o processo de recuperação, como compressas geladas sobre o local e higienização várias vezes ao dia. Para os casos mais persistentes, podem ser indicados medicamentos corticoides.
É comum ocorrer esse tipo de conjuntivite em bebês, especialmente naqueles que frequentam creches. Independente da idade, é essencial buscar um médico para analisar o caso e ficar isolado, uma vez que o tempo de transmissão chega até 15 dias após o contágio.
Bacteriana
A conjuntivite bacteriana é uma infecção dos olhos causada por bactérias, como Clamydia Trachomatis, Staphylococcus, Streptococcus e Neisseria, e precisa ser investigada com urgência para evitar complicações que podem atingir a córnea.
Ela pode ser provocada pelo contato direto com pessoas contaminadas e pelo uso excessivo ou higienização inadequada de lentes de contato. Os principais sintomas incluem:
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coceira e dor nos olhos;
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excesso de produção de lágrimas;
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hipersensibilidade à luz;
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ligeiro inchaço ao redor dos olhos (em alguns casos);
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pálpebras grudadas ao acordar;
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secreção amarelada e espessa;
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sensação de areia nos olhos e
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vermelhidão em um ou ambos os olhos.
Seu tratamento exige o uso de antibióticos em forma de colírio ou pomada indicada pelo oftalmologista, bem como aplicação de compressas e uma correta higienização para eliminar as secreções.
Para evitar o contágio de outras pessoas, é preciso ficar atento ao tempo de transmissão, que também pode durar 15 dias. Nesse período, tenha alguns cuidados, como:
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faça a troca a e lavagem diária e separada das roupas de cama e banho;
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evite contato próximo com outras pessoas e
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não coce os olhos e toque em superfícies ou objetos compartilhados.
A conjuntivite bacteriana também é comum entre os bebês, por isso recomendamos ficar atento aos sintomas.
Alérgica
Esse é o tipo mais comum de conjuntivite e geralmente afeta ambos os olhos. Ela é causada por substâncias que provocam alergia, como o pólen, pelos de animais ou ácaros que se acumulam na poeira domiciliar, mas também pode ocorrer como reação à maquiagem ou outros cosméticos. As pessoas mais propícias são as que apresentam alergias, como asma, rinite ou bronquite.
Além disso, a conjuntivite alérgica pode se manifestar de outras formas, como:
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Ceratoconjuntivite atópica: associada à dermatite atópica.
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Conjuntivite papilar gigante: pode ocorrer devido ao uso de lentes de contato.
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Conjuntivite primaveril: inicia-se na infância e pode se estender até os 15 anos.
Os principais sintomas incluem vermelhidão nos olhos, coceira, inchaço, sensação de areia nos olhos, hipersensibilidade à luz e aumento de secreção, com lacrimejamento constante e pálpebras grudadas ao acordar.
A conjuntivite alérgica não é transmissível e seu tratamento é feito através de colírio antialérgico e afastamento dos elementos alérgenos.
Tóxica
A conjuntivite tóxica é rara, porém muito perigosa. Em geral, ela ocorre quando há contato direto dos olhos com alguma substância química, como:
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xampus;
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tintas de cabelo;
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exposição à fumaça do cigarro;
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produtos de limpeza;
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inseticidas;
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venenos agrícolas e
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alguns tipos de medicamentos.
Os sintomas como lacrimejamento ou vermelhidão costumam desaparecer de um dia para o outro apenas com a limpeza com soro fisiológico e enxágue abundante. Mas quando esses cuidados não são observados, pode ocorrer alterações na visão.
Lembre-se que para curar a conjuntivite é indispensável procurar um médico para avaliar o seu caso. Mesmo que os seus sintomas não estejam atrapalhando a sua rotina, é preciso ir a um especialista para identificar a causa e iniciar o tratamento, caso seja necessário.
Esse cuidado é ainda mais importante nos casos de conjuntivite em bebês, uma vez que essa inflação pode ter complicações.
Saiba mais sobre os possíveis problemas que essa doença pode trazer para a saúde no vídeo abaixo. Nele, a Dra. Thais Mendes fala mais sobre os tipos de conjuntivite, seus sintomas e mais.
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É importante lembrar que a conjuntivite pode ser prevenida com bons hábitos. Por isso, faça a higienização das suas mãos antes de tocar nos olhos, evite usar lentes de contato por longos períodos, limpe as lentes oculares e faça consultas ao oftalmologista ao notar qualquer sinal de incômodo na visão.
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Dr. Alexandre Rosa possui graduação em Medicina pela Universidade Federal do Pará (UFPA/1996) e doutorado em Oftalmologia pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP/2005). Especialista em doenças da retina e vítreo (retinólogo) pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). Membro do Conselho Brasileiro de Oftalmologia e da Sociedade Brasileira de Retina e Vítreo. Atualmente, é médico preceptor da residência médica do Hospital Universitário Bettina Ferro de Souza, além de ser professor de Oftalmologia da Universidade Federal do Pará (UFPA).