Os olhos são considerados um dos órgãos mais sensíveis do corpo humano, afinal, eles estão localizados em uma região muito suscetível a lesões: a face. Sendo assim, o trauma no olho se torna frequente, sobretudo, por acidentes que atingem a área ocular, tais como pancadas, queimaduras ou perfurações.
Ainda que ocorra com frequência, esse tipo de traumatismo é uma condição grave e pode, dependendo da magnitude da lesão, ocasionar redução da acuidade visual e até mesmo cegueira (unilateral ou bilateral). Por essa razão, exige cuidados imediatos e ação médica.
Provavelmente você está, neste momento, se perguntando: mas o que devo fazer nessas situações? Como sabemos que muitas pessoas compartilham da mesma dúvida, decidimos falar um pouco mais sobre o problema. Se você quer saber o que é um trauma ocular, quais são suas causas, seus sintomas e também como tratar o problema, continue a leitura!
O que é o trauma no olho?
Traumas oculares são lesões provocadas, em geral, por uma ação intensa e de natureza externa. Em outras palavras, são ferimentos em um ou nos dois olhos causados por alguma forma de acidente que a pessoa tenha sofrido e que pode comprometer a estrutura do órgão e provocar dificuldades na visão.
Vale dizer que nem sempre o problema compromete de maneira séria a capacidade visual do paciente, no entanto, isso depende inteiramente de qual foi o fator causador do trauma e também dos sintomas apresentados. De qualquer maneira, os primeiros socorros e o estabelecimento de um tratamento adequado são de fundamental importância para evitar danos mais graves.
Quais são as causas?
O trauma no olho, como já foi dito, é uma condição relativamente comum, podendo decorrer de incidentes em casa, no trabalho, durante as práticas esportivas e até mesmo em momentos de lazer. Via de regra, as principais causas incluem:
- exposição prolongada (mais de 15 minutos) a produtos químicos de uso doméstico ou industriais;
- entrada de corpos estranhos (insetos, areia, poeira e outras partículas);
- socos e tapas em brigas ou esportes de contato (impacto direto ou indireto);
- perfuração por objetos pontiagudos (pedaços de madeira, prego, vidros, projéteis etc.) no ambiente de trabalho;
- acidentes com bolas pequenas, como as de golfe e de tênis, que atingem diretamente o globo ocular;
- acidentes de trânsito;
- queda dentro de casa ou na rua;
- entre outras.
Quais são os sintomas?
Os sintomas de um trauma ocular costumam variar não somente de acordo com a causa, mas também a depender de qual parte do olho foi afetada. Os sintomas relatados com maior frequência são:
- dor aguda persistente;
- sensação de irritação;
- manchas de sangue;
- vermelhidão;
- visão turva;
- lacrimejamento;
- inchaço;
- sensibilidade à luz (fotofobia);
- formação de pontos escuros no campo visual conhecidos como moscas volantes;
- perda parcial ou total da visão.
A maior parte dos sintomas, se tratados de modo rápido e adequado, tende a desaparecer dentro de poucos dias. É importante lembrar que uma das consequências mais temidas do traumatismo nos olhos é o descolamento de retina — uma doença ocular grave e que pode levar a um quadro irreversível de perda da visão.
Pacientes que têm um nível acentuado de miopia devem dar especial atenção às lesões oculares, uma vez que a retina, nesses casos, é ainda mais frágil. Alguns sinais podem sugerir a ocorrência de descolamento, em especial o aparecimento das chamadas moscas volantes, flashes no campo de visão e também o embaçamento da vista.
O que fazer?
É preciso agir com urgência após um acidente. Algumas providências podem ser tomadas de maneira imediata no local da ocorrência a fim de reduzir o potencial de dano, mas isso não exclui a necessidade de procurar, o quanto antes, um médico oftalmologista para avaliação e tratamento correto.
Em casos de entrada de corpo estranho ou de contaminação por produto químico, a primeira atitude deve ser lavar copiosamente a região com água corrente ou soro fisiológico. Se a ocorrência for de contaminação, peça para uma outra pessoa ler as recomendações expressas na embalagem do produto.
Uma outra situação que necessita de primeiros socorros é a de traumas perfurantes devido à entrada de fragmentos ou estilhaços. Busque acalmar a pessoa afetada e não a deixe pressionar a área ou tentar retirar os fragmentos. E principalmente, leve-a imediatamente para um pronto socorro.
Como é o tratamento?
A forma de tratamento também varia de acordo com a causa e a gravidade da situação. Em casos de lesão em razão da presença de corpo estranho, o oftalmologista pode removê-lo de forma rápida no consultório, mas isso se ele estiver localizado superficialmente. Contudo, se a partícula estiver internamente no olho, pode ser necessária uma intervenção cirúrgica para remoção.
Quando a lesão acontece na parte interna do olho deve-se ter especial atenção, pois ela geralmente indica maior gravidade que um trauma superficial. O sangramento intraocular é nomeado de hifema. Nos casos de hemorragia leve, o tratamento pode ser feito por meio do colírios antibióticos e anti-inflamatórios. Se o quadro for mais grave, é preciso recorrer à cirurgia para remover os coágulos de sangue.
Em todos os casos, é imprescindível ir até o pronto socorro mais próximo para receber o atendimento oftalmológico adequado. Após esse primeiro atendimento, é importante fazer um acompanhamento para acompanhar a evolução da lesão.
Como prevenir o trauma no olho?
Algumas medidas preventivas podem ser tomadas para evitar a ocorrência de lesões oculares, entre elas podemos destacar o uso de equipamentos de segurança, de óculos de sol e a redução do contato com substâncias irritantes ou tóxicas.
Com crianças o cuidado deve ser redobrado! Não permita que os pequenos brinquem com objetos pontiagudos, assim como que os animais de estimação fiquem muito próximos do rosto deles.
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Dr. Alexandre Rosa possui graduação em Medicina pela Universidade Federal do Pará (UFPA/1996) e doutorado em Oftalmologia pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP/2005). Especialista em doenças da retina e vítreo (retinólogo) pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). Membro do Conselho Brasileiro de Oftalmologia e da Sociedade Brasileira de Retina e Vítreo. Atualmente, é médico preceptor da residência médica do Hospital Universitário Bettina Ferro de Souza, além de ser professor de Oftalmologia da Universidade Federal do Pará (UFPA).