Um cão-guia não é apenas uma orientação para a pessoa com deficiência visual, mas um companheiro muito útil e treinado para isso. Quem tem um costuma dizer que traz mudanças significativas para a vida de relações.
Cães-guia passam por um processo de treinamento de cerca de dois anos no Brasil. Ao mesmo tempo, para obter um existem alguns passos que tornam esse desejo possível.
Continue a leitura e descubra como conseguir a licença para ter um cão-guia.
Direito a um cão-guia
A Lei No 11.126, de 27 de junho de 2005, garante o direito da pessoa com deficiência visual de ingressar e permanecer em ambientes de uso coletivo acompanhada de cão-guia. Todos os detalhes referentes ao assunto foram regulamentados no ano seguinte pelo Decreto No 5.904, de 21 de setembro de 2005.
Isso significa que existe uma regulamentação federal para garantir o direito à utilização de cão-guia e a forma como esse uso deve ser efetivado. Assim, além da garantia do direito, regulamenta os locais que podem ser acessados, os transportes que podem ser utilizados e a identificação, entre outros.
Principais passos para a autorização
No Brasil ainda não é uma tarefa fácil conseguir um cão-guia, pois há uma grande demanda. Mas, ao longo dos anos a situação vem melhorando, com mais instituições que treinam e fornecem o animal.
Um cão-guia treinado em institutos federais é doado, não pode ser comprado, pois é parte de um programa nacional de inclusão. Existem requisitos para se candidatar e alguns procedimentos e iniciativas que devem ser tomadas. Veja os principais passos a seguir.
Dispor dos requisitos necessários
Os requisitos necessários para se iniciar os trâmites a fim de conseguir um cão-guia no Brasil podem ser assim relacionados:
- ter idade mínima de 18 anos ou maior de 16 anos emancipado;
- ser pessoa com deficiência visual;
- residir no território nacional;
- ter condições de manutenção e cuidados do cão.
Realizar o cadastro
Para ser candidato a receber um cão-guia é preciso estar registrado no Cadastro Nacional de Candidatos à Utilização de Cães-Guia, da Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República (SDH). As inscrições são realizadas a partir de editais de chamamento publicados periodicamente, sempre com prazo definido.
Participar do Curso de Orientação e Mobilidade
A utilização de um cão-guia requer alguns conhecimentos e preparo do usuário. Essa formação é dada principalmente pelos cursos de orientação e mobilidade, com ênfase no treinamento para uso do animal, oferecido por diversas instituições públicas e privadas.
Passar por avaliação para recebimento do animal
Uma avaliação conclusiva dos cadastrados confirma a existência de todos os requisitos e trâmites necessários para o candidato. Trata-se de uma entrevista que poderá concluir pela ausência de condição ou por sua aprovação.
Existir disponibilidade de animal treinado
Finalmente, é claro, precisa haver disponibilidade de animal treinado para esse fim. Com isso, o candidato é chamado e recebe seu futuro companheiro de jornada com o qual passará alguns dias em adaptação e entrosamento.
Como se viu, obter um cão-guia requer algumas medidas e, se você conhece alguém que deseja um, fique atento aos editais de chamamento que ocorrem periodicamente.
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Dr. Alexandre Rosa possui graduação em Medicina pela Universidade Federal do Pará (UFPA/1996) e doutorado em Oftalmologia pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP/2005). Especialista em doenças da retina e vítreo (retinólogo) pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). Membro do Conselho Brasileiro de Oftalmologia e da Sociedade Brasileira de Retina e Vítreo. Atualmente, é médico preceptor da residência médica do Hospital Universitário Bettina Ferro de Souza, além de ser professor de Oftalmologia da Universidade Federal do Pará (UFPA).