A cirurgia de mácula é um procedimento que tem como principal objetivo tratar as doenças que afetam essa estrutura do olho que fica localizada na parte posterior. Por ser de difícil acesso, é preciso que o cirurgião tenha ampla experiência na sua realização.
A técnica utilizada pode variar de acordo com a patologia causadora do problema, mas sempre envolverá o acesso à parte mais profunda do olho por meio de um equipamento conhecido como vitreófago.
Se você quer saber mais sobre a cirurgia de mácula, quando ela é indicada, a forma de realização do procedimento e como é o pré e o pós-operatório, continue lendo o nosso artigo e confira.
O que é a mácula?
Para entender mais sobre a cirurgia, é importante compreender o que é a mácula. Essa estrutura do olho faz parte da retina, que forma a imagem do que é visto e envia os sinais para o cérebro.
A retina é um fino tecido nervoso que é composto por dois tipos de células:
- cones: responsáveis pela visão de detalhes e pelas cores, e
- bastonetes: possibilitam a visão em ambientes com baixa luminosidade.
A parte central da retina é rica em cones e é chamada de mácula. Dessa forma, essa estrutura é a que nos permite enxergar os detalhes, como a textura dos objetos e as palavras mais pequenas, e nos dá mais nitidez para as imagens.
Que doenças podem afetar a mácula?
A mácula pode ser acometida por diversas doenças que afetam diretamente a visão e, consequentemente, a qualidade de vida do paciente. Conheça as principais.
Buraco de mácula
O buraco de mácula, assim como o próprio nome sugere, é uma pequena falha que se forma nessa parte da retina. Ela não afeta a visão periférica, apenas a central, podendo deixá-la desfocada, distorcida ou ondulada.
Esse problema pode ocorrer por diversas razões, mas está diretamente ligado com o envelhecimento. Além da idade, existem outros fatores que influenciam, como:
- inchaço;
- retinopatia diabética;
- inflamação e
- traumas no olho.
Degeneração macular
A degeneração macular também é um problema relacionado com a idade, afetando, em sua maioria, pacientes da terceira idade. Essa doença é responsável por 90% dos casos de cegueira do país e a cirurgia de mácula tem grande importância para evitar ou reverter esses casos.
Outros problemas que podem acometer a mácula são:
- Membrana epirretiniana: caracterizada pelo aparecimento de uma membrana em cima da retina;
- Síndrome de tração vitreomacular: causada pelo descolamento incompleto do vítreo, outra estrutura do olho, que promove mudanças na mácula e compromete a visão e
- Edema de mácula: complicação de doenças intra-oculares que é marcada pelo acúmulo de líquidos nessa área da retina.
O que é a cirurgia de mácula?
A cirurgia de mácula é um procedimento que visa corrigir os problemas dessa estrutura. Ela também pode ser chamada de vitrectomia e é indicada para o tratamento de diversas patologias em graus mais sérios, como as já citadas acima.
A vitrectomia é, de forma geral, recomendada para todos os tipos de pacientes, havendo apenas contraindicação nos casos de infecção dos olhos, sendo necessário tratar essa condição antes de realizar qualquer procedimento para garantir a recuperação do paciente e evitar complicações.
Vale ressaltar ainda que, assim como toda cirurgia, apresenta riscos para o paciente, por isso, a decisão de realizá-la deve ser feita em conjunto com um retinólogo, considerando a doença, as possíveis complicações e os resultados esperados.
Como a cirurgia de mácula é feita?
Como já falado, a técnica utilizada na cirurgia de mácula pode variar de acordo com a patologia que está sendo tratada, mas existem alguns passos que são comuns. O primeiro deles é a anestesia local e sedação total do paciente para evitar movimentos e trazer mais conforto durante o procedimento.
O cirurgião oftalmologista, então, coloca duas agulhas muito finas em cada lado do olho. Também é inserido um dispositivo que monitora e controla a pressão interna para evitar qualquer anormalidade.
Para chegar até a retina e, consequentemente, na mácula, é preciso remover todo o vítreo do olho, que fica localizado na frente dessa estrutura. O vítreo é como se fosse um gel bem viscoso. Para removê-lo, é necessário fazer pequenos cortes e aspirar aos poucos a substância.
Tudo isso é feito com um equipamento de alta tecnologia que mostra para o médico tudo que está acontecendo e o auxilia a realizar a cirurgia de mácula de forma mais tranquila. Além disso, também utiliza-se um microscópio e diversas lentes que permitem a visualização das estruturas.
Quando o gel vítreo é removido completamente, é aplicado um corante não tóxico e diferentes tipos de luzes para enxergar melhor a retina, mais especificamente a camada mais externa, chamada de membrana limitante.
Com o auxílio de uma pinça, é feita a remoção dessa parte, com muito cuidado para evitar sangramentos ou outras complicações. Essa etapa é conhecida como peeling.
O próximo passo consiste em passar o laser em locais com fragilidade e na substituição do vítreo que foi retirado anteriormente, o que é feito por meio de um gás.
Pré e pós-operatório
O pré-operatório consiste na realização de exames, como o de mapeamento de retina, para analisar a doença e a sua seriedade. Além disso, também pode-se pedir exames gerais para conferir a saúde do paciente e verificar se a cirurgia de mácula é realmente indicada para seu caso.
Em relação ao pós-operatório, o paciente precisa ficar na posição “face down”, ou seja, de bruços por até 5 dias. Para isso, pode-se locar macas para melhorar a adaptação. Após esse período, deve-se fazer um retorno no especialista para realizar novos exames e verificar o sucesso do procedimento.
Se você quer saber mais sobre a cirurgia de mácula, confira a nossa live completa sobre esse procedimento. Basta clicar no vídeo abaixo.
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Dr. Alexandre Rosa possui graduação em Medicina pela Universidade Federal do Pará (UFPA/1996) e doutorado em Oftalmologia pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP/2005). Especialista em doenças da retina e vítreo (retinólogo) pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). Membro do Conselho Brasileiro de Oftalmologia e da Sociedade Brasileira de Retina e Vítreo. Atualmente, é médico preceptor da residência médica do Hospital Universitário Bettina Ferro de Souza, além de ser professor de Oftalmologia da Universidade Federal do Pará (UFPA).