Um derrame ocular pode ser apenas uma hemorragia superficial no olho, mas pode ser também um sinal de um problema de saúde e, até mesmo, representar prejuízos irreversíveis à saúde ocular.
Dependendo do grau de comprometimento, essa condição pode afetar a retina, levando o paciente a perder o seu campo de visão. O assunto é muito sério, já que, muitas vezes, o derrame ocular é silencioso e invisível a olho nu.
Por isso, é preciso saber identificar os seus sintomas para buscar ajuda profissional o mais breve. Ficou interessado em saber mais sobre o assunto? Continue lendo.
O que é o derrame ocular?
O termo derrame ocular pode ser desconhecido para muita gente, mas ele é fácil de entender a partir de outra doença muito conhecida.
O AVC (Acidente Vascular Cerebral) é uma doença que praticamente todas as pessoas já ouviram falar. Em especial, o hemorrágico é caracterizado por um sangramento dentro do cérebro.
No derrame ocular acontece uma situação semelhante, só que o sangramento ocorre no olho. Isso pode se manifestar de duas formas. Na primeira pelo rompimento dos vasos na parte superficial do olho. Na segunda, a hemorragia se dá dentro dele, afetando a retina.
Dessa forma, existem dois tipos de derrames:
- ocular (o sangramento no olho é superficial) e
- intraocular (a hemorragia é no interior e é grave).
Como identificar um derrame ocular?
O derrame ocular, chamado também de hemorragia subconjuntival, é o conhecido rompimento de vasinhos que ocorre na superfície do olho. Ele caracteriza-se por um sangramento superficial que geralmente deixa uma mancha vermelha que fica visível na parte branca do olho. Suas causas podem ser:
- espirro;
- coçar os olhos,
- pico de hipertensão e
- esforço físico exagerado.
Na maioria das vezes, essa condição ocular não apresenta risco e em poucos dias a marca vermelha tende a desaparecer.
Como identificar um derrame intraocular?
O derrame intraocular, como já falamos, é a hemorragia que acontece no interior do órgão. Essa situação é mais preocupante e grave. Esse tipo de hemorragia é invisível a olho nu e também não apresenta sintomas.
Somente exames oftalmológicos podem identificá-lo. Se não for identificada e devidamente tratada, essa condição ocular pode levar à perda total da visão.
Nesse tipo de derrame ocular, o sangramento envolve tanto a parte do gel que fica dentro do olho, como também a parte que recobre a retina. Essa condição ocular está geralmente associada a uma doença. Entre as principais delas está o diabetes. Além dela, outras condições podem ser fatores de risco, como:
- traumas oculares profundos;
- hipertensão;
- trombose e
- estenose.
Um estudo alemão publicado no Pubmed revela que 78% dos pacientes que sofrem uma hemorragia ocular apresentam fatores de riscos de doenças cardiovasculares, sendo a estenose a mais significativa.
Quais são os sintomas de um derrame ocular interno?
Como já falamos em aspectos visíveis, esse tipo de derrame não possibilita ser identificado a olho nu. No entanto, como afeta a retina, o paciente começa a perceber um embaçamento da visão.
Dependendo do grau de comprometimento do sangramento no interior do olho, pode haver a perda repentina da visão. Quando isso acontece, o médico deve ser procurado imediatamente.
Segundo a Organização Mundial de Saúde, mais de um bilhão de pessoas vive com uma deficiência visual por não ter recebido o devido diagnóstico e tratamento adequado. Por isso, ao perceber deficiência ou perda na visão, um oftalmologista deve ser procurado imediatamente.
Como é o diagnóstico e tratamento?
O diagnóstico do derrame ocular é realizado através do mapeamento da retina. Para isso, o especialista vai dilatar a pupila para realizar o exame de fundo de olho. Esse procedimento possibilita a identificação e localização da hemorragia, bem como permite entender o estado de comprometimento da retina.
Também serão realizados exames de imagens, como a angiofluoresceinografia e a tomografia de coerência óptica, entre outros. Eles irão ajudar na avaliação geral da hemorragia, a entender a sua causa e as possibilidades de tratamento.
Qual é o tratamento para o derrame ocular?
O tratamento envolve a causa. Se o derrame ocular foi originado a partir de uma hipertensão, por exemplo, a pressão alta do paciente deve ser controlada. O mesmo acontece com o diabetes.
Além disso, a condição ocular será tratada com aplicação de medicações no interior dos olhos com substâncias antiangiogênicas. Isso irá reduzir a formação de novos vasos.
Existem casos de derrame intraocular que o paciente sofre perda total de oxigênio na retina. Quando isso acontece, poderá ficar com sequelas no seu campo de visão. Por isso, é essencial que faça o devido tratamento e cuide para que a condição não evolua para o glaucoma.
Ao perceber qualquer alteração nos olhos, é fundamental procurar um médico oftalmologista quanto antes. Além disso, visitas periódicas são essenciais para a prevenção e o cuidado da saúde ocular.
Todas essas informações e muito mais estão na nossa live. Assista ao bate-papo entre o Dr. Alexandre Rosa, a Dra. Thaís Mendes, especialistas membros da equipe RetinaPro, e professor Galdino Ribeiro falando sobre o derrame ocular:
Dr. Alexandre Rosa possui graduação em Medicina pela Universidade Federal do Pará (UFPA/1996) e doutorado em Oftalmologia pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP/2005). Especialista em doenças da retina e vítreo (retinólogo) pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). Membro do Conselho Brasileiro de Oftalmologia e da Sociedade Brasileira de Retina e Vítreo. Atualmente, é médico preceptor da residência médica do Hospital Universitário Bettina Ferro de Souza, além de ser professor de Oftalmologia da Universidade Federal do Pará (UFPA).