A cirurgia refrativa é um procedimento cirúrgico para corrigir erros de refração como miopia, hipermetropia e astigmatismo. A refração corresponde ao fenômeno que ocorre quando um feixe de luz vindo de um ambiente externo penetra no globo ocular e forma a imagem.
O erro de refração acontece quando o feixe é desviado e chega desfocado na retina, provocando a falta de nitidez da visão. Neste conteúdo, vamos explicar como é feita a cirurgia refrativa, abordando aspectos como exames necessários, técnicas utilizadas, pós-operatório e a importância de realizar o procedimento em uma clínica especializada.
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Como é feita a cirurgia refrativa?
A cirurgia é simples e rápida, com duração média de 20 minutos, portanto não requer internação. O procedimento é realizado com um equipamento chamado Excimer Laser, que utiliza uma luz ultravioleta visando à remodelação suave da superfície da córnea. Assim, sua curvatura é alterada para que os erros de refração sejam corrigidos.
O planejamento da cirurgia proporciona segurança para o paciente e um pós-operatório mais tranquilo. Antes da operação, é necessário passar por uma consulta com o oftalmologista para a avaliação pré-operatória, por meio de um exame oftalmológico completo.
Essa avaliação tem como objetivo analisar as necessidades específicas e condições oculares. Para tanto, são verificados aspectos como:
- acuidade visual;
- espessura e formato da córnea;
- presença de doença ocular;
- pressão ocular;
- técnica mais indicada (PRK ou LASIK).
Tais informações são analisadas de forma minuciosa e servem para determinar se o paciente apresenta condições favoráveis ao procedimento, bem como para direcioná-lo. A avaliação é fundamental, pois garante o sucesso da cirurgia e os resultados esperados.
Em geral, os exames solicitados são:
- exame do grau do óculos (refração);
- topografia da córnea — para avaliar sua curvatura e permitir a personalização do procedimento;
- paquimetria — para examinar a espessura corneana;
- mapeamento de retina – para identificar se há doença da retina ou do nervo óptico que possam impedir a realização do procedimento.
Os dados dos exames são inseridos no equipamento que executa a cirurgia. Assim, o laser é aplicado nas áreas corretas, o que proporciona um resultado mais previsível e preciso.
Quais são as técnicas mais utilizadas e os exames necessários?
Após a avaliação pré-operatória, com base em exames oftalmológicos, é feita uma análise das condições oculares para definir se o paciente está apto a se submeter à cirurgia. Além disso, é estabelecida a melhor técnica para cada caso, visando ao melhor resultado.
Atualmente, há várias técnicas para realizar a cirurgia refrativa. A seguir, veja como os procedimentos são efetuados em cada uma delas.
PRK (ceratectomia fotorrefrativa)
Essa técnica envolve uma raspagem para a remoção da camada mais externa do tecido corneano (epitélio), o que possibilita a aplicação do laser. Após o procedimento, é colocada uma lente de contato terapêutica na frente da superfície corneana, com o objetivo de auxiliar na cicatrização e aliviar o incômodo nos primeiros dias do pós-operatório.
Lasik (laser assisted in situ keratomileusis)
Com essa técnica, é criado um flap (fino corte) no epitélio, para a aplicação do laser na sua camada mais interna. Ao final da cirurgia, o flap é reposicionado.
Intralase
Esse método é semelhante ao Lasik, porém não utiliza uma lâmina para a criação do flap corneano. Portanto, é considerado mais seguro e menos invasivo.
Cirurgia refrativa customizada
Essa nova tecnologia para cirurgias refrativas foi criada com base no sistema de comprimento de ondas (Wave-Front). O procedimento customizado proporciona um tratamento personalizado e mais preciso para cada olho. Diferentemente da cirurgia refrativa convencional, em vez de lapidar a córnea, a customizada faz uma varredura de pequenos defeitos em sua superfície (conhecidos como aberrações).
Tais falhas explicam porque alguns pacientes continuam sem conseguir distinguir objetos à noite e visualizam algumas manchas assimétricas mesmo após a cirurgia refrativa. Essas pessoas voltam a utilizar os óculos de grau.
A tecnologia customizada pode ser adotada por pacientes que ainda não se submeteram a nenhuma intervenção e aqueles que já foram operados e necessitam de nova cirurgia.
Exames necessários
Para que seja criado o programa orientador da cirurgia refrativa customizada, é preciso fazer o exame de “aberrometria”. Assim, são calculadas as imperfeições e irregularidades da córnea, o que permite um procedimento personalizado.
Que riscos e complicações a cirurgia traz?
Como em qualquer cirurgia, há riscos. Entretanto, eles são raros e mais prováveis no período pós-operatório do que durante o procedimento. Em geral, a cirurgia refrativa a laser tem um baixo índice de complicações, principalmente quando o paciente segue as orientações médicas.
Após a operação, podem ocorrer os seguintes quadros:
- desconforto visual;
- dificuldade de cicatrização da córnea;
- olho seco e avermelhado, com sensação de areia;
- percepção de vista borrada e raios anômalos quando se olha para algum objeto luminoso.
A maioria dessas alterações é passageira e pode ser corrigida. Raramente ocorrem complicações mais graves — a principal delas é a infecção da córnea, capaz de provocar sequelas na acuidade visual.
Pós-operatório
Em geral, no pós-operatório podem ocorrer dores, irritação ocular, vermelhidão, inchaço das pálpebras, sensação de areia e sensibilidade à luz. Esses incômodos são normais e duram cerca de dois dias. Após algum tempo, é possível que surja uma sensação passageira de olho seco e flutuação da visão.
Recomenda-se fazer repouso e evitar a prática de esportes por 7 a 14 dias. A natação ou o mergulho são liberados após 30 dias. Já as atividades profissionais podem ser retomadas de acordo com as condições do paciente. Além disso, é importante não utilizar maquiagem por um período de 7 a 14 dias e proteger os olhos com óculos de sol.
Por que é importante buscar uma clínica especializada?
A saúde dos olhos é de extrema importância para a qualidade de vida das pessoas e requer cuidados especiais. Para se submeter a uma cirurgia refrativa, é fundamental contar com profissionais capacitados e um ambiente que proporcione segurança e conforto.
Como vimos, a cirurgia refrativa é um procedimento que corrige os vícios de refração. Mas, para ter segurança e garantia de bons resultados, é fundamental procurar por uma clínica especializada, que ofereça as condições ideais para sua realização.
As informações deste artigo foram importantes para esclarecer sobre a cirurgia refrativa? Caso queira saber mais, entre em contato conosco. Teremos o maior prazer em sanar todas as suas dúvidas!
Dr. Alexandre Rosa possui graduação em Medicina pela Universidade Federal do Pará (UFPA/1996) e doutorado em Oftalmologia pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP/2005). Especialista em doenças da retina e vítreo (retinólogo) pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). Membro do Conselho Brasileiro de Oftalmologia e da Sociedade Brasileira de Retina e Vítreo. Atualmente, é médico preceptor da residência médica do Hospital Universitário Bettina Ferro de Souza, além de ser professor de Oftalmologia da Universidade Federal do Pará (UFPA).