O descolamento de retina é uma doença ocular extremamente grave que pode acometer diversas pessoas. Se não tratada, adequadamente, pode levar à perda da visão. O tratamento, na maioria dos casos, é cirúrgico. Um dos procedimentos cirúrgicos é chamado introflexão escleral — uma cirurgia que, quando bem executada, traz excelentes resultados.
Neste texto, vamos falar sobre o que é o descolamento de retina e sobre esta modalidade de cirurgia (introflexão escleral), explicando como ela é feita e o que acontece no seu pós-operatório. Quer saber mais sobre o assunto? Então, acompanhe a leitura e confira!
O que é o descolamento de retina?
A retina é uma das estruturas que compõem o olho e caracteriza-se por ser uma delicada camada de tecido nervoso que reveste toda a parte interior do olho. Ela é essencial para a formação das imagens que todos nós enxergamos. Quando essa fina membrana descola dos outros tecidos, ocorre o descolamento de retina, que pode ser total ou parcial.
Existem 3 tipos de descolamento:
1. Regmatogênico: causado pelo aparecimento de um rasgo na retina. É o tipo que abordaremos neste post. A foto que exemplifica este post ilustra esse tipo de descolamento;
2. Exsudativo: ocorre secundário à algumas doenças inflamatórias;
3. Tracional: ocorre sobretudo em pacientes diabéticos.
Quais são as principais causas do descolamento de retina?
O descolamento de retina regmatogênico ode acontecer em qualquer fase da vida, mas é mais comum em pessoas acima de 40 anos. Além disso, os homens são mais afetados que as mulheres.
Não podemos deixar de mencionar que existem algumas predisposições que podem favorecer esse tipo de doença, como pessoas que:
- têm miopia média ou alta;
- tiveram o descolamento de retina no outro olho;
- têm histórico familiar de descolamento;
- se submeteram à cirurgia de catarata;
- apresentam outras doenças oculares;
- sofreram trauma no olho;
- têm diabetes;
O que é a introflexão escleral?
A introflexão escleral é um procedimento cirúrgico utilizado de forma isolada ou associado à vitrectomia posterior. Foi uma das técnicas pioneiras para o tratamento dessa doença, mas que ainda tem sua aplicação nos dias atuais.
Nesta modalidade de tratamento, o cirurgião passa ao redor do olho uma faixa de silicone, a qual será suturada na esclera (parte branca do olho). Isso faz com que o olho apresente uma certa deformação, causando uma introflexão na esclera, dando origem ao nome da técnica. Isso faz com que a esclera se aproxime do rasgo, então a ruptura da retina é tratada com a aplicação de laser (no pós-operatório) ou por congelamento (crioterapia, no intra-operatório). O liquido que está atrás da retina precisa ser drenado através de uma incisão na esclera.
O elemento introflexor (faixa ou pneu de silicone) é utilizado para modificar os vetores de força no interior do olho, aumentando a possibilidade de que a retina retorne à sua posição original e seja “colada” novamente.
A introflexão promove um aumento do globo ocular em seu eixo antero-posterior fazendo que o paciente desenvolva uma miopia após a cirurgia.
Ao final do procedimento, costuma-se deixar gás dentro da cavidade vítrea, com objetivo de criar uma força de tensão sobre a retina, para evitar que a ruptura se abra novamente, enquanto a adesão criada pelo laser ou crio se forma.
Pós-operatório
O paciente precisará permanecer em repouso de 1 a 2 semanas e sem fazer atividades físicas de 4 a 6 semanas. O curativo ocular deverá ser utilizado apenas no primeiro dia.
Por conta da presença de gás no interior do olho, nas primeiras semanas, os pacientes ficam proibidos de viajar de avião ou passar por mudanças bruscas de altitude.
É válido ressaltar que a visão ficará embaçada nas primeiras semanas, mas melhorará com o tempo. Infelizmente, nem sempre é possível reposicionar a retina com uma única cirurgia, sendo preciso em algumas vezes, realizar uma nova intervenção.
Importância de uma clínica especializada
Por fim, é fundamental que você busque uma clínica de qualidade, que seja capaz de realizar um diagnóstico preciso e um tratamento de qualidade. Ao perceber os primeiros sintomas, procure um bom oftalmologista e cuide da sua saúde.
Então, gostou do nosso post? Esperamos que, com ele, você tenha conseguido aprender um pouco mais sobre a introflexão escleral. Mas se ainda ficou com dúvidas ou quer saber mais detalhes sobre o tema, entre em contato conosco! Estamos prontos para ajudá-lo no que você precisar!
Dr. Alexandre Rosa possui graduação em Medicina pela Universidade Federal do Pará (UFPA/1996) e doutorado em Oftalmologia pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP/2005). Especialista em doenças da retina e vítreo (retinólogo) pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). Membro do Conselho Brasileiro de Oftalmologia e da Sociedade Brasileira de Retina e Vítreo. Atualmente, é médico preceptor da residência médica do Hospital Universitário Bettina Ferro de Souza, além de ser professor de Oftalmologia da Universidade Federal do Pará (UFPA).