A medicina evolui cada vez mais e vivemos em uma época com grandes recursos para prevenção, diagnósticos e tratamentos. Os oftalmologistas, por exemplo, contam com uma vasta gama de exames para cuidar da saúde ocular. Um deles é a angiofluoresceinografia retiniana, que você também pode encontrar sendo chamada de “angiografia retiniana fluorescente” ou “retinografia fluoresceínica”.
O nome é complicado, mas nós vamos explicar tudo sobre esse procedimento que é essencial para detectar doenças oculares relevantes, como a retinopatia diabética e a uveíte. Confira na leitura!
O que é a angiofluoresceinografia retiniana?
A angiofluoresceinografia retiniana tem como objetivo avaliar o fluxo de sangue na retina, a partir da obtenção de fotografias do fundo do olho, que são capturadas por uma máquina digital após o uso de um corante. É um exame minimamente invasivo, mas que propicia resultados valiosos para a análise do oftalmologista.
Com as imagens, é possível descobrir lesões e outras anomalias que acometem as partes mais ao fundo dos globos oculares, como a retina, o nervo óptico e coroide. Geralmente, a angiofluoresceinografia é solicitada para pacientes que tenham distúrbios circulatórios na retina, como áreas de isquemia e hemorragias.
Além disso, também é um exame importante para confirmar ou descartar as suspeitas das seguintes condições oftalmológicas:
- retinopatias, como a diabética (a principal causa de cegueira em pessoas na faixa etária de 20 a 75 anos) e a hipertensiva;
- edema de mácula e coroidopatia serosa central;
- oclusões vasculares, como obstrução venosa e arterial da retina;
- traumas e distrofias de retina;
- tumores intraoculares;
- inflamações como uveítes e coriorretinites.
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Os principais sintomas de enfermidades na retina
É sempre bom ficarmos atentos aos sinais de que algo está errado em nossa retina e nas estruturas próximas a ela. Portanto, verifique se você se identifica com os seguintes incômodos:
- visão embaçada;
- perda da visão central do olho;
- presença de “moscas volantes”, que são os pontos pretos na visão (entenda mais no infográfico que produzimos sobre o assunto);
- maior sensibilidade à luz;
- mudança na percepção de cores;
- enxergar linhas distorcidas;
- perda repentina da visão.
Caso perceba qualquer um desses sinais, procure o médico oftalmologista o mais rápido possível. Assim como várias outras condições de saúde, as que afetam os olhos também devem ser diagnosticadas precocemente para que o paciente tenha melhores possibilidades de tratamentos.
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Como é realizado o exame?
A preparação começa quando o paciente chega à clínica. Após se identificar e se acomodar, é aplicado um colírio para dilatar a pupila, o qual é o mesmo utilizado durante os exames oftalmológicos de rotina, como o de fundo de olho.
Isso é necessário porque quando a pupila se encontra em miose (nome técnico para a situação em que está pequena ou contraída), a visualização do fundo dos olhos se torna mais difícil. O objetivo do colírio é manter a pupila em midríase, ou seja, dilatada independentemente da quantidade de luz do ambiente, o que melhora bastante a visualização e a captura das imagens das estruturas intraoculares.
Após esse passo, um contraste chamado de fluoresceína sódica é injetado em uma veia periférica, normalmente na mão ou no antebraço. Em alguns dispositivos, é possível utilizar o corante de forma via oral.
No entanto, não se preocupe: essa substância é segura e causa bem menos efeitos colaterais que o iodo, o qual é o contraste mais utilizado em exames radiológicos. O corante é estimulado por meio de uma luz de coloração azul, a fim de emitir fótons de cores verde e amarela, que irão ser captados pelos sensores das câmeras digitais.
Em seguida, o paciente é posicionado em frente ao equipamento, chamado de angiógrafo, que fotografa a região do fundo do olho com lentes de altíssima resolução. Para facilitar a captação de boas imagens, o médico solicita que a pessoa siga uma mira. A emissão de luz azul é feita pelo próprio aparelho.
O que é possível avaliar?
Com esse exame, o oftalmologista consegue avaliar como está o fluxo sanguíneo na fase inicial, na fase de enchimento e na fase tardia, em que há eliminação do contraste. Dessa forma, toda a circulação da retina é avaliada segundo a segundo pelo médico, que observará onde ocorrem problemas e se existem lesões na área.
No vídeo abaixo, podemos ver a chegada do corante nos vasos da retina após ser injetado na veia do paciente. Essa é a imagem que o médico observa ao realizar o exame.
Outra possibilidade de angiofluoresceinografia retiniana
Existe uma outra maneira de realizar angiofluoresceinografia retiniana, com um contraste via oral, ou seja, sem a necessidade de acesso venoso, apenas um medicamento comum. Todavia, esse tipo de captação é possível apenas com alguns aparelhos mais modernos, que promovem a chamada “angiofluoresceinografia panorâmica” ou widefield.
Com exceção do contraste, o processo é basicamente o mesmo e o aparelho permite a captação de uma imagem completa da retina em 360 graus. Com tal tecnologia, o médico consegue diagnosticar doenças da periferia da retina e coroide, muitas vezes não detectadas no exame convencional, como nos casos de retinopatia diabética.
Na RetinaPro, realizamos essa forma mais atual do exame e que, obviamente, é ainda menos invasiva e mais confortável para o paciente. Confira toda a lista de procedimentos para diagnóstico que você pode fazer em nossa clínica.
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As orientações para a angiofluoresceinografia retiniana
É importante ter algumas precauções para que o exame seja realizado de forma tranquila. Por isso, recomendamos aos pacientes que cheguem à RetinaPro com cerca de 30 minutos de antecedência do horário marcado, para já fazermos a dilatação da pupila.
É obrigatório que estejam acompanhados de uma pessoa com mais de 18 anos no dia do exame, visto que a pupila dilatada pelo colírio, em alguns indivíduos, prejudica a visão e impede a condução de veículos e a segurança em geral para se locomover de volta para casa.
A angiofluoresceinografia retiniana em si tem uma duração curta (em torno de 10 a 20 minutos), mas como é necessário chegar antes para dilatar a pupila, estima-se que o tempo gasto dentro da clínica gire em torno de 1h30. Como a ação do colírio pode durar até 8 horas, é recomendado que o paciente tire o dia de folga para se recuperar da dilatação.
Outras recomendações importantes são:
- não usar lentes de contato no dia do exame;
- ter consigo um óculos escuro para amenizar o desconforto da luz na pupila dilatada;
- manter uma alimentação leve nas horas anteriores ao procedimento e com jejum de comida e água por duas horas para pacientes hígidos (que estão em boa saúde);
- no caso de diabéticos, o jejum pode ser de apenas uma hora;
Apesar de o exame ser bastante seguro e indolor, é preciso seguir corretamente as instruções e estar atento às reações adversas que podem ocorrer durante a realização do exame.
Existem riscos e efeitos colaterais?
A angiofluoresceinografia retiniana é um exame muito seguro, mas precisamos ter uma atenção maior aos pacientes que apresentam alergias ou quadros diversos de hipersensibilidade. Isso ocorre devido aos componentes do contraste injetado na veia periférica.
Assim, podem surgir coceiras, tonturas, náuseas e vômitos. A boa notícia é que esses efeitos são menos frequentes quando se usa o contraste via oral, como fazemos na RetinaPro.
Contraindicações da angiofluoresceinografia retiniana
As contraindicações do procedimento são destinadas às seguintes pessoas:
- quem já apresentou hipersensibilidade grave ao contraste;
- portadores de asma severa não controlada;
- pacientes que sofreram infarto agudo do miocárdio recentemente;
- gestantes;
- mulheres que estão amamentando
A angiofluoresceinografia retiniana não é contraindicada para quem tem alergia ao iodo, um tipo de contraste que tem maior chance de causar hipersensibilidade, assim como aos frutos do mar. O motivo está no fato de que a fluoresceína sódica não contém componentes de nenhuma dessas substâncias.
Escolha a clínica certa para se submeter à angiofluoresceinografia retiniana
A angiofluoresceinografia retiniana é um exame simples e rápido, mas todo cuidado é pouco com a nossa visão. Por isso, é fundamental que a clínica escolhida para realizar o exame esteja preparada para prestar a assistência adequada em caso de qualquer intercorrência, como reações alérgicas.
Em Belém (PA), conte com a RetinaPro, tanto para se consultar com nossos médicos oftalmologistas retinólogos, quanto para realizar os exames que precisa para cuidar bem da saúde ocular. Agende o seu horário para uma avaliação individual. Estamos à disposição!
Dr. Alexandre Rosa possui graduação em Medicina pela Universidade Federal do Pará (UFPA/1996) e doutorado em Oftalmologia pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP/2005). Especialista em doenças da retina e vítreo (retinólogo) pela Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (FMUSP). Membro do Conselho Brasileiro de Oftalmologia e da Sociedade Brasileira de Retina e Vítreo. Atualmente, é médico preceptor da residência médica do Hospital Universitário Bettina Ferro de Souza, além de ser professor de Oftalmologia da Universidade Federal do Pará (UFPA).